Stablecoins: O que são, como funcionam e por que são importantes no mercado cripto

8/24/20254 min read

Introdução

Se você já ouviu falar em criptomoedas, provavelmente também já se deparou com o termo stablecoin. Diferente de ativos digitais como o Bitcoin ou o Ethereum, que possuem alta volatilidade, as stablecoins foram criadas com o objetivo de manter um valor estável, geralmente atrelado a moedas fiduciárias, como o dólar, o euro ou até mesmo commodities como o ouro.

Nos últimos anos, elas se tornaram um dos instrumentos mais importantes do mercado cripto, funcionando como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e as finanças descentralizadas (DeFi). Mas afinal, o que são stablecoins, como funcionam e quais os riscos e oportunidades que elas oferecem? É isso que vamos explorar neste artigo.

O que são Stablecoins?

As stablecoins são criptomoedas com valor estável, geralmente lastreadas em um ativo de referência, como moedas nacionais (ex.: dólar americano), commodities ou até mesmo algoritmos matemáticos. O principal objetivo dessas moedas digitais é reduzir a volatilidade típica das criptos mais conhecidas, tornando-as mais previsíveis e práticas para o dia a dia.

Enquanto o preço do Bitcoin pode variar 10% em um único dia, uma stablecoin como o USDT (Tether) ou o USDC (USD Coin) mantém o valor fixo de 1 dólar, servindo como alternativa mais segura para investidores e empresas que desejam transacionar no ambiente cripto sem exposição ao risco de grandes flutuações.

Como funcionam as Stablecoins?

A forma como uma stablecoin mantém sua estabilidade depende de seu mecanismo de lastro. Atualmente, existem três modelos principais:

Stablecoins lastreadas em moeda fiduciária

São as mais comuns. Para cada unidade emitida, existe uma reserva equivalente em moeda fiduciária. Por exemplo, a Tether Limited afirma manter reservas em dólar para garantir a paridade 1:1 do USDT.

Stablecoins lastreadas em criptoativos

Nesse modelo, o lastro é feito em outras criptomoedas. O DAI, por exemplo, é garantido por ativos como o Ethereum. Esse tipo de stablecoin utiliza contratos inteligentes para ajustar a oferta e manter a estabilidade.

Stablecoins algorítmicas

Não possuem lastro em moedas ou ativos reais. Em vez disso, usam algoritmos que controlam automaticamente a oferta e demanda, aumentando ou reduzindo a quantidade de moedas em circulação. Esse modelo, no entanto, é o mais arriscado, já que depende totalmente de um equilíbrio sustentável no mercado.

Principais tipos de Stablecoins

Hoje, existem diversas stablecoins em circulação, mas algumas se destacam:

  • USDT (Tether): A mais antiga e mais utilizada, atrelada ao dólar americano.

  • USDC (USD Coin): Criada pela Circle em parceria com a Coinbase, com foco em transparência e auditorias.

  • DAI: Uma stablecoin descentralizada, lastreada em criptoativos.

  • BUSD: Emitida pela Binance, também atrelada ao dólar.

  • Stablecoins lastreadas em commodities: Como tokens de ouro (ex.: PAX Gold).

Cada uma delas possui particularidades quanto à segurança, transparência e grau de descentralização.

Vantagens das Stablecoins

As stablecoins conquistaram o mercado porque oferecem diversos benefícios:

1. Estabilidade

Elas reduzem o risco da volatilidade extrema que marca o universo das criptomoedas.

2. Transações rápidas e baratas

Assim como outras criptos, permitem transferências internacionais em segundos, com taxas menores que as do sistema bancário tradicional.

3. Ponte entre cripto e dinheiro fiduciário

Funcionam como uma “moeda de referência” dentro das exchanges, facilitando a negociação de outros ativos digitais.

4. Inclusão financeira

Em países com moedas desvalorizadas ou com alto índice de inflação, como a Argentina, as stablecoins são uma alternativa prática de proteção de valor.

5. Uso em DeFi

São essenciais no ecossistema das finanças descentralizadas, permitindo empréstimos, liquidez em protocolos e rendimento em plataformas de staking e farming.

Riscos e desafios das Stablecoins

Apesar das vantagens, é importante destacar que as stablecoins também apresentam riscos.

1. Regulação

Governos e bancos centrais observam de perto essas moedas, já que podem impactar a política monetária e o sistema financeiro tradicional. A regulação pode tanto fortalecer quanto limitar seu uso.

2. Transparência das reservas

Algumas stablecoins, como a Tether, já enfrentaram críticas por não fornecerem provas claras e constantes de suas reservas em dólar. Isso gera desconfiança entre investidores.

3. Colapso de projetos

O caso mais famoso foi o da TerraUSD (UST), uma stablecoin algorítmica que perdeu sua paridade em 2022, gerando perdas bilionárias para investidores. Esse episódio mostrou os riscos de modelos não totalmente sustentáveis.

4. Centralização

Apesar de se apresentarem como alternativas descentralizadas, muitas stablecoins são controladas por empresas privadas, o que pode limitar sua independência.

Stablecoins no Brasil

No Brasil, as stablecoins têm ganhado cada vez mais espaço. Elas são usadas tanto por investidores que querem proteger seu patrimônio da inflação quanto por empresas que precisam realizar remessas internacionais com menor custo e burocracia.

Além disso, várias exchanges brasileiras já oferecem pares de negociação em stablecoins, como USDT e USDC, tornando o acesso mais simples para o investidor iniciante.

Outro ponto relevante é que muitos brasileiros utilizam stablecoins como uma forma de “dólar digital”, aproveitando a estabilidade da moeda americana para preservar poder de compra em períodos de incerteza econômica.

O futuro das Stablecoins

As stablecoins devem continuar crescendo, mas o futuro desse mercado depende de dois fatores principais:

1. Regulação global

Diversos países já discutem formas de regular stablecoins, com foco em garantir transparência e segurança para os usuários. Esse movimento tende a fortalecer os projetos mais sólidos.

2. Integração com CBDCs

Com a chegada das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), como o Real Digital no Brasil e o Yuan Digital na China, pode haver uma integração ou até concorrência com as stablecoins. Nesse cenário, o usuário poderá ter ainda mais opções de moedas digitais estáveis para usar no dia a dia.

Conclusão

As stablecoins representam uma das inovações mais importantes do mercado cripto. Ao oferecerem estabilidade, rapidez e acessibilidade, elas funcionam como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o digital, abrindo portas para milhões de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, é fundamental compreender seus riscos e limitações, especialmente em relação à regulação e à transparência das reservas. Para investidores e entusiastas, acompanhar de perto a evolução desse mercado é essencial para tomar decisões mais seguras e aproveitar as oportunidades.

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