Como Novas Altcoins São Criadas: Tecnologias Além da Mineração

8/30/20254 min read

Introdução

O universo das criptomoedas vai muito além do Bitcoin. Enquanto o BTC popularizou a mineração como mecanismo de emissão e validação de blocos, o mercado evoluiu e deu origem a diversas altcoins que utilizam outras tecnologias para inserir novas moedas em circulação.

Neste artigo, você vai entender:

  • Como novas moedas são criadas no ecossistema das altcoins;

  • Quais são as principais tecnologias além da mineração tradicional;

  • Exemplos práticos de criptomoedas que utilizam esses mecanismos.

O que são Altcoins e por que elas existem?

Altcoins são todas as criptomoedas que não são o Bitcoin. O nome vem de alternative coins (moedas alternativas). Elas surgiram com o objetivo de:

  • Trazer soluções diferentes das limitações do Bitcoin;

  • Reduzir custos de transação;

  • Oferecer maior escalabilidade;

  • Propor modelos de governança mais democráticos.

Cada altcoin pode ter sua própria blockchain ou ser construída em plataformas já existentes, como Ethereum, Binance Smart Chain, Cardano e Solana.

A lógica da emissão de novas moedas

Quando falamos em “criar novas moedas”, estamos nos referindo ao mecanismo de consenso que determina como as transações são validadas e como as novas unidades monetárias entram em circulação.

Se no Bitcoin esse processo ocorre pela mineração via Proof of Work (PoW), nas altcoins existem outras formas que desempenham o mesmo papel, mas com propostas distintas de eficiência, sustentabilidade e descentralização.

Tecnologias além da mineração

1. Proof of Stake (PoS) – Validação por Participação

No Proof of Stake, não há mineradores competindo para resolver cálculos complexos. Em vez disso, quem possui mais moedas bloqueadas (stakeadas) tem maior chance de validar os blocos e receber recompensas.

  • Como novas moedas entram em circulação: por meio de recompensas distribuídas aos validadores proporcionalmente à quantidade de moedas que eles bloqueiam na rede.

  • Exemplos: Ethereum 2.0 (após The Merge), Cardano (ADA), Solana (SOL) e Polkadot (DOT).

  • Vantagens: menor consumo de energia, maior escalabilidade e incentivo ao engajamento da comunidade.

2. Delegated Proof of Stake (DPoS) – Delegação de Voto

O DPoS é uma variação do PoS, mas aqui os usuários votam em representantes (delegados) que serão responsáveis pela validação das transações.

  • Como novas moedas são emitidas: os delegados escolhidos produzem blocos e recebem recompensas, que podem ser redistribuídas aos votantes.

  • Exemplos: EOS, TRON e Steem.

  • Benefícios: transações rápidas e baixo custo, porém, menor descentralização se comparado a outros modelos.

3. Proof of Authority (PoA) – Autoridade como Validador

No Proof of Authority, apenas validadores pré-aprovados podem criar blocos. A identidade deles é conhecida, o que aumenta a confiança e a segurança do sistema.

  • Como novas moedas são inseridas: os validadores pré-selecionados criam blocos e recebem recompensas em tokens nativos.

  • Exemplos: VeChain e algumas sidechains da Ethereum.

  • Indicado para: empresas e soluções privadas que precisam de velocidade e confiança.

4. Stablecoin Minting e Queima de Tokens

Algumas altcoins, especialmente as stablecoins algorítmicas, emitem e retiram moedas de circulação de acordo com a demanda.

  • Como funciona: quando a demanda sobe, novas moedas são “mintadas” (criadas); quando a demanda cai, moedas são queimadas (removidas).

  • Exemplos: DAI (MakerDAO) e UST (antes do colapso).

  • Vantagens: estabilidade do preço atrelado a ativos como dólar, ouro ou outra cripto.

5. ICOs e Tokenização em Plataformas de Smart Contracts

Além dos mecanismos de consenso, muitas altcoins entram em circulação por meio de ICOs (Initial Coin Offerings), IEOs (Initial Exchange Offerings) ou IDO (Initial DEX Offering).

  • Como funciona: desenvolvedores criam tokens em plataformas como Ethereum (ERC-20), BNB Chain (BEP-20) ou Solana, e os distribuem para investidores em troca de capital inicial.

  • Benefícios: acesso a financiamento para projetos, democratização de investimento e rápido lançamento de novas moedas.

6. Proof of Burn (PoB) – Queima como forma de validação

Outra forma inovadora é a Prova de Queima, onde os usuários “queimam” (enviam para carteiras inacessíveis) parte das moedas para provar comprometimento com a rede.

  • Como novas moedas são emitidas: ao queimar moedas, o usuário ganha o direito de validar blocos e receber recompensas em novas moedas.

  • Exemplos: Slimcoin, Counterparty.

  • Curiosidade: esse método reduz a inflação, pois equilibra a emissão com a destruição de tokens.

Comparativo das Tecnologias

TecnologiaComo novas moedas são emitidasExemplos de AltcoinsProof of Work (PoW)Mineração por poder computacionalBitcoin, Litecoin, MoneroProof of Stake (PoS)Recompensas por stakingEthereum 2.0, Cardano, SolanaDPoSDelegados validam blocosEOS, TRONPoAValidadores pré-aprovadosVeChainStablecoin MintingEmissão/queima baseada em demandaDAI, UST (colapso)ICO/IDODistribuição inicial de tokensDiversos tokens ERC-20PoBQueima de moedas para validar blocosSlimcoin

O impacto da diversidade tecnológica

A multiplicidade de formas de criar novas moedas mostra como o ecossistema cripto é dinâmico. Enquanto a mineração tradicional ainda existe, modelos mais sustentáveis e escaláveis vêm ganhando espaço.

Isso abre espaço para:

  • Projetos mais verdes e sustentáveis;

  • Novos modelos de governança;

  • Maior inclusão de investidores ao redor do mundo.

Conclusão

A criação de novas moedas nas altcoins vai muito além da mineração. Hoje, já contamos com mecanismos como Proof of Stake, Proof of Authority, queima de tokens, ICOs e stablecoin minting, cada um com vantagens e desvantagens.

Essa diversidade mostra que as criptomoedas não são apenas um meio de pagamento, mas sim uma verdadeira revolução em modelos econômicos e de governança. Para quem acompanha esse universo, entender esses mecanismos é essencial para avaliar projetos e oportunidades de investimento.